Blanket coat e a releitura do tradicional mantô

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No começo da semana, fui responder aos comentários pendentes das leitoras aqui do blog e conheci a Oneide, que deixou um comentário super fofo no post sobre cuidados com as roupas de tricô e crochet.

A Oneide tinha dúvidas sobre o uso do mantô, peça super versátil para o inverno (mantô é o termo abrasileirado para o nome correto da peça, que varia entre manteaux e manteau).

Já que o frio começou a dar as caras, decidi unir o útil ao agradável e comecei as pesquisas do inverno 2016 para montar uma pauta bem bacana para vocês e para atender o pedido da Oneide, ao mesmo tempo.

Quando pesquiso um assunto que vocês me pedem aqui pro blog, vou além das imagens dos blogs e sites de street style que o Google me dá. Gosto de ir às ruas, ao shopping e ver o que, de verdade, está sendo vendido e comprado por aí.

E foi exatamente nas vitrines que comecei a reparar uma mudança estrutural na peça que, tradicionalmente, conhecemos como mantô.

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Voltei para casa, e fui lá nos meus arquivos de imagens. Li também o post (aqui) que fiz no ano passado (2015), sobre a peça e comparei tudo. E olha que coisa:

Para quem curte moda além dos termos pra lá de gastos como o tal do ‘tem que ter’ e ‘pra wish list, já’, o exercício de observar as releituras dos clássicos é sempre divertido e curioso.

Foi exatamente esse exercício que fiz com o manteaux. A versão 2016 que vemos nas lojas tem pouco do tradicional e muito do Blanket Coat. Sim, blanket de ‘cobertor’, em inglês.

Desde que a Burberry lançou a campanha dos seus Blanket Coats, em 2014, o conceito tradicional do manteaux mudou. Quem lembra da enxurrada de fashionistas e bloggers globais sendo clicadas nas ruas, horas antes do desfile da Burberry, usando o mesmo blanket coat, só que personalizado com as iniciais de cada dona? A campanha foi praticamente um strike da marca nas ruas e, horas depois, as modelos desfilavam as mesmas peças na passarela.

blanket-coat-burberry1

blanket-coat-burberry

SJP-blanket-burberry

De lá para cá, notamos algumas mudanças no tradicional formato do mantô. Isso fica bem nítido quando a gente lê o post que fiz em 2015 com a peça no seu formato original.

Essa confusão de nomes x formato de peça se instala porque o mercado precisa fomentar consumo e, aí, as leituras surgem, novos nomes ganham o holofote, os veículos substituem nomenclaturas tradicionais por novas e a gente, que consome, fica perdidaço no meio disso tudo. Normal.

Tecnicamente, o mantô é uma capa longa, como o trench coat e o sobretudo. Na versão do inverno 2016, entretanto,ele veio meio blanket, meio manteaux, com estrutura mais reta e aquela cara de cobertor chique que abraça a gente (sou dessas que acorda no frio, pega a mantinha que ficou jogada na cama e levanta embrulhada para ir colocar a cafeteira para cumprir a sua missão de vida. Mais alguém?).

street_style_mantô_inverno_2016-5

No fundo, é tudo casaco sim. Só que cada um com seu corte, seu propósito.

Essa liberdade criativa para pegar um item tradicional e criar a tal da ‘releitura’ em cima gera confusão mesmo. Você entra na loja, pede por um nome, a equipe de vendas cita outro e por aí vai…

Felizmente, mais importante do que saber que nome dar à qual peça, é identificar se a fofa tem ou não tem a ver com nosso estilo. Só a partir daí, começamos a refletir sobre a utilidade dela no nosso cabide.

O mantô fica bem sofisticado quando usado com sobreposições, peças mais modernas (como a calça de couro) e botas.

manto-manteau-laranja-gerard-darel

manto-blanket

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Pra quem curte o formato mais tradicional do manteaux, sugiro a leitura do post recheado de manteaux para você se inspirar.

Sendo mantô/ manteau/ manteaux ou blanket, não sei vocês mas, toda vez que vejo um, me sinto dentro dele, abraçada com aquele conforto todo e prontinha pra tomar uma xícara enorme de chocolate quente! Quem mais?

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