O episódio #3 do Tá beleza já está no ar no Soundcloud (aqui) e no Spotify (aqui)
Tema: CONCORRÊNCIA LOCAL – Hoje a gente vai conversar sobre um case real: Uma leitora de uma cidade no interior de SP, dona de um brechó infantil com loja física que se viu recentemente diante de um dilema – um concorrente recém-inaugurado que chegou à cidade e pediu ajuda sobre como viver esse momento sem sambar tanto. Preparei 5 dicas para o Tá beleza, de hoje. E se você é microempresário também, pode aproveitar muito essas dicas.
O negócio dela é nichado, pequeno e muito bem estruturado.
- Quais ações tomar?
- Como blindar a marca?
- Como reforçar a autoridade da própria marca e se apropriar do valor que possui sem sofrer queda na carteira de clientes e nas vendas?
#1 Conheça o seu mercado
Sabe aquela lição nº1 do MKT tradicional? Pois é, o primeiro passo para saber lidar com a concorrência é entender o seu mercado.
Por maior que seja o incômodo, o surgimento de um concorrente é sempre uma excelente oportunidade de fazermos o dever de casa e observar como esta empresa está trabalhando: o que ela esta oferecendo de similar ou diferente da sua.
E, para conseguir fazer isso, fundamentalmente, você não pode (nem deve) entrar em neura. Sabe por quê? Porque mesmo que seus clientes sejam os mais fidelizados do mundo, a curiosidade é natural e eles irão até o outro lado para ver o que é, como trabalha e quais vantagens oferece. Isso é normal.
O seu trabalho neste caso não é detonar ninguém (estratégia 100% obsoleta e bem preguiçosa, por sinal).
Seu trabalho é blindar a sua marca para que seu cliente veja em você mais do que o valor real dos seus produtos ou serviços. Um cliente fidelizado considera sobretudo o valor percebido. A gente volta já já a esse ponto, guarda a informação, aí!
O que ninguém te conta
A verdade que quase ninguém expõe é que a ausência de concorrência leva a maioria dos negócios locais à perigosa zona de acomodação, uma zona de conforto no melhor estilo “em time que está ganhando não se mexe”. Isso é pra todo mundo. O problema disso é que, lentamente, seu negócio vai do quente pro morno, as ações que você fazia deixam de acontecer 1 dia, depois 2… você se acomoda e mesmo que não assuma pros outros, aí dentro de você, tem um EU seu afirmando com a cabeça pra mim, que eu sei! 😉
Avaliar a concorrência pode ser um exercício de grandes surpresas. Você pode descobrir, por exemplo, que não é tão fraco quanto acha e que seu negócio ainda que menor tem uma vantagem que NENHUMA rede consegue oferecer: toque pessoal, algo muito difícil de ser oferecido quando se tem um tamanho maior de estrutura e recursos humanos.
#2 Foco no branding
Me diz aqui: como está o branding da sua marca? Como está sua presença online?
Não entre nesse pensamento antigo de que ‘meu cliente não está na rede social’.
Se existem mais de 300 milhões de brasileiros só no Instagram, pode apostar que boa parte dos seus clientes em potencial está ali, sim. Você ainda não criou estratégia para chegar neles e eles, consequentemente, podem não ter te achado. Mas que estão, estão.
Crédito: Abemd
Branding forte leva você, seu nome e sua marca para onde você for.
O erro de interpretação sobre a mídia social
Um dos grandes erros que a maioria dos empreendedores comete é o de não entender qual é o papel principal da mídia social.
Nessa mistura de pessoal e corporativo, muitos esquecem que a veia do negócio é uma coisa e que a divulgação do negócio é outra.
Uma loja física, nosso case do podcast de hoje, vive no offline MAS tem trunfo de divulgação no online.
Um e-commerce tem vida na plataforma de vendas e pode usar o IG tanto para propagar essa venda (gatilhos e iscas) como para divulgar mais catálogos de ofertas.
A questão é que o coração do negócio em si não é o IG. Nem um creator (chamado influenciador digital) sobrevive às custas do instagram, se você pensar bem. A foto que ele divulga, o produto e o serviço, além da comunicação, são o negócio dele. O IG continua sendo UMA plataforma de DIVULGAÇÃO do trabalho.
Mídias sociais são propagadores da notícia, do produto, do serviço. Sabe o que já falei várias vezes aqui, no Youtube e no IG sobre construir mansão em terreno alugado? Pois é… Por essas e outras quem está acostumado a usar mídias sociais apenas para fins de recreação pessoal desvaloriza a ferramenta para o profissional. E perde espaço, cliente e dinheiro.
E isso só piora quando a pessoa não trabalha o branding da marca para que ela sobreviva sem um IG, por exemplo. Branding forte leva você, seu nome e sua marca para onde você for.
Rede social é a divulgação mais acessível que qualquer marca tem. Depende de consistência e estratégia, mas, mesmo sem budget para MKT, vc consegue se disciplinar e cuidar dela tanto pensando em portfolio quanto em humanização e fidelização.
Público fidelizado não foge, gente. Ele ate passeia na novidade, mas está fechado com você.
E antes que alguém aí lance um ‘mas é muita coisa para cuidar e administrar’ já aviso: não dou palco para desculpa… rs
É claro que tem que colocar a cachola pra pensar! Mas, Gente… dá para agendar post, dá pra fazer um milhão de ações e deixar tudo programadinho… Percebe que é mais mudança de mindset do que qualquer outra coisa?
Reveja processos internos – isso é um ponto muito negligenciado pelos varejos de pequeno porte e exatamente por ser negligenciado vira um ponto de dor bem vulnerável.
#3 Fuja da guerra de preços
Se você abraçar o modo leilão, não vai sair disso nunca mais. Acredite: ninguém ganha. Entre no jogo, não na guerra, como dizem. Leilão mexe muito em fluxo de caixa e coloca a saúde do seu negócio em jogo.
#4 Valorize seus diferenciais
Você sabe quais são seus pontos fortes. Invista neles.
- Realize mais campanhas com seus clientes;
- Organize eventos na loja.
Estamos falando de brecho infantil, gente…
- Faça roda de leitura numa tarde de sábado!
- Agregue valor ao negócio levando um especialista de saúde infantil para uma palestra de 30 min.;
- Coloque algumas cadeiras, chegue as prateleiras pro canto, jogue almofadas no chão;
- ENVOLVA PESSOAS.
Isso não tem preço! Saia das ações que TROCAM venda por conteúdo ou prestação de serviços. Dê o conteúdo, preste o serviço. E-N-C-A-N-T-E.
# 5 Fidelize seu cliente
Quem está com você e volta para uma recompra acredita no seu trabalho. Trabalhe para essas pessoas, não para seu concorrente. Lembre-se disso: só há espaço para outro se a gente está com alguma ponta do nosso negócio mal costurada.
Aqui, a Cris vai falar no que já fala há 10 anos no criscardoso.com e no Youtube: cadê o bendito mailing dos clientes? cadê o CRM, caseiro que seja? Cadê a lista de transmissão do WhatsApp/ Telegram? Cadê o emailmkt semanal?
Sua marca tem que estar na memória das pessoas.
Produza conteúdo que não tenha relação direta com a venda. Alimente o blog, o site ou o lugar em que você consolide suas informações e que seja SEU (de novo: rede social é mansão em terreno alugado).
Entregue valor sem falar apenas que a blusa custa X reais.
Ajude os pais a cuidarem melhor da saúde das crianças.
Dê dicas por exemplo, de lavagem das roupas, da importância de deixar os sapatos longe dos bebês que ainda engatinham.
Percebe a quantidade de coisas que não custam 1 milhão de reais e que podem ser feitas no dia a dia?
Parece muita coisa, mas só parece. E parece porque você não implantou ainda. Quando essas atividades entrarem no fluxo diário dos processos, uma vai passando a bola para a outra. Vai por mim: vai funcionar.
Sucesso pra você aí no brechó e para quem quiser participar do Tá Beleza e virar um tema que vai ajudar muita gente, manda para cá ou escreve para o contato@criscardoso.com
Para me seguir nas redes e no Youtube: /sitedacris