O nem tão inofensivo absorvente: modelo perde parte da perna esquerda e quase morre.

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A polêmica sobre higiene íntima feminina continua.

Nos últimos anos, tudo que é orgânico e que traz em si mais consciência de consumo e preservação ambiental tem ganhado destaque nas mídias. Dentre os principais assuntos, está a polêmica envolvendo o uso de absorvente x o recém-divulgado coletor menstrual.

Tenho lido matérias e posts sobre o uso do coletor menstrual, um acessório bem simples de ser aplicado e que substitui o absorvente no período menstrual. Pode parecer um pouquinho salgado para ser adquirido à primeira vista, mas, se pensarmos na quantidade de absorvente usado até que a gente pare de menstruar, o valor do coletor se perde na história.
coletor-menstrual-versus-absorvente

O ‘entretanto’ dele é o mito do sangue: muita gente tem nojo e não se imagina em banheiro público manuseando o coletor. Teoricamente, as pessoas que torcem o nariz para o coletor consideram o absorvente mais seguro e mais higiênico.

As opiniões são bem divididas. Já cheguei a questionar uma gineco sobre o acessório para saber se vale a pena ou se passo neste item de contribuição com o planeta. Não havia concluído nada até ler a matéria que originou este post.

Hoje, abri um dos portais de notícia que leio diariamente e me deparei com o drama vivido pela Lauren, uma americana que, até outubro de 2012, trabalhava como modelo. Foi o suficiente para começar a refletir de novo sobre o assunto. O impacto do assunto tão forte que me senti na obrigação, como formadora de opinião, de dividir com vocês.

Lauren Wasser quase morreu depois de contrair TSS, a síndrome do choque tóxico (TSS, na sigla em inglês), que pode ser causada por materiais sintéticos usados em absorventes. Ela perdeu parte da perna esquerda devido à infecção e hoje está processando o fabricante.

 

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Imagem: reprodução das redes sociais da Lauren – O Globo

A síndrome de choque tóxico é rara. Afeta 1 entre 100.000 pessoas, mas tem alto grau de mortalidade.

A Lauren trabalhava como modelo, fazia teatro, praticava esportes e viveu o pior drama da vida em outubro de 2012, quando entrou na farmácia da rede Ralph´s e comprou o absorvente da Kotex Natural Balance. Naquele dia, trocou de absorvente 3 vezes (manhã, à tarde e à noite).

Começou a se sentir mal quando estava na festa de um amigo. Foi embora e foi encontrada pela polícia, no chão de casa, ardendo em febre. Levada às pressas para o hospital, foi diagnosticada com um ataque cardíaco, órgãos à beira da falência e risco de morrer. Ninguém sabia explicar o que estava acontecendo.
Foi um especialista quem questionou se ela estava usando um absorvente. Com a informação positiva, o material seguiu para o laboratório, onde exames atestaram a síndrome de choque tóxico.

“Esse mal consiste em uma série de complicações causada por infecções frequentemente envolvendo a bactéria Staphylococcus aureus. É uma doença rara, associada ao uso de absorventes desde que algumas mulheres morreram nos anos 80 supostamente devido a substâncias químicas em absorventes da Proctor & Gamble’s.

Segundo um estudo conduzido por médicos da Universidade de Yale, nos EUA, a carboximetilcelulose geleificada nos absorventes proporciona um meio viscoso propício para o desenvolvimento de bactérias. Daí a importância de se trocar o absorvente com frequência, impedindo, assim, a reprodução dessas bactérias.” 

Trecho extraído pelo O Globo, da entrevista da Lauren para a revista “Vice”

Acho importantíssimo divulgar esse tipo de caso a todas as meninas e mulheres. Às vezes, a gente vai por um caminho por achá-lo menos nojento ou por puro comodismo e, nem sempre, tem ciência de tudo que está envolvido. Esta moça foi UM caso. Eu nunca tinha conhecido ninguém com problema similar e desconheço os materiais com os quais as empresas brasileiras produzem nossos absorventes. Minha experiência com absorventes limita-se a usar os de sempre e rejeitar aqueles que minhas amigas reclamaram de alergia ou incômodo.

Mas acho fundamental que a gente abra a cabeça e considere as novas possibilidades, antes de ter preconceitos ou ‘nojinho’ com o que quer que seja. Minha mãe sempre diz que se tem tanta gente estudando tanto e desenvolvendo coisas novas que trazem benefícios a tantas pessoas, a gente deveria ao menos dar crédito a elas. Como sempre, a sábia Dona Lylia mandou bem.

Ando bem propensa a experimentar o coletor.

Trechos extraídos da revista “Vice” e do jornal “O Globo”.

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