Final de ano movimentado e com uma notícia nada feliz para o varejo de moda nacional.
O Grupo Azzas – fusão dos Grupos Soma e Arezzo – anunciou o fim de 4 das 34 marcas do portfolio: Dzarm, Reversa, Alme e Simples. E a avalanche pode não acabar por aí, já que deixou avisado que avalia o futuro de outras…
Pelo tom do comunicado emitido pelo grupo, a decisão parece ter sido prática, de olho na eficiência, alocação de capital e aumento máximo de resultados. Em linhas gerais: dinheiro seguro em marcas lucrativas ou, ao menos, com potencial lucrativo.
A fusão entre Arezzo e Grupo Soma foi anunciada em 2024 e já é a maior plataforma de marcas da América Latina. Sem contar com as marcas em encerramento, o portfólio ainda fica com 30 outras, como NV, Hering, Ana Capri, Schutz, Carol Bassi, Troc.
O grupo anunciou a fusão enaltecendo todos os aspectos positivos – óbvio – e é um fato: criou um novo gigante, com faturamento combinado de R$ 12 bilhões, segundo informado no site.
Com o adeus das quatro marcas, o grupo busca simplificar seu portfólio.
Mudanças não param por aqui
As marcas Brizza e Fábula agora fazem parte das marcas Arezzo e Farm, respectivamente, e Carol Bassi e Foxton se transferem para as divisões de Vestuário Feminino e Masculino. A Arezzo&Co anunciou a compra da marca Carol Bassi por R$ 180 milhões, em 2021, depois de ter adquirido a Reserva e a BAW de olho na expansão do portfólio com atenção plena na força de presença digital.
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A saída de Rony Meisler
Lembro bem que, na época do anúncio da fusão, respondi uma caixinha sobre o futuro das marcas com o Azzas. Lembro que as opiniões geral ficaram muito divididas, já que não há inocência no mundo dos negócios e negócios desse porte precisam ser isolados do coração apertado pelas perdas e demissões. Quem olha planilha (financeiro e investidores), vê uma palavra de 5 letras: lucro. Isso é sempre enroscado.
Lembro bem que os comunicados foram milimetricamente preparados sem brecha (parabéns à área de RP) de dúvidas ou peso, no sentido negativo. Os porta-vozes foram muitíssimo bem preparados para entrevistas em tom de otimismo, no estilo “Bora lá, Brasil! Força e vamos pensar nas melhores da economia”. Papel aceita tudo né, Gente.
Na vida real, milhares de profissionais viveram momentos de incerteza sem saber quem ficava e quem sairia. Toda fusão é delicada para cargos que se duplicam e marcas que ‘competem’ entre elas pelas mesmas fatias de mercado.
Eis que, meses atrás, a companhia comunicou o desligamento do Rony Meisler, fundador da Reserva, do grupo. O Rony era dado como cabeça-chave certa nesse novo momento. Não foi. Não ficou. E até no evento de lançamento do grupo, enviou um representante já que nas sincronicidades da vida, estava de férias em NY. Nesse tempo todo antes do anúncio do desligamento, foi o único post sobre o novo momento do grupo, lá dos States. Disse que sentia orgulho em fazer parte. Fim de capítulo.
Rony é midiático, carismático e muito, muito perspicaz. Ele se voltou a firmar-se como autoridade nas redes, falando de inovação, tecnologia e vendas.
Acontece que a saída dele já trazia os ventos do que seria o mais provável a acontecer. Só não sabíamos quando. Foi agora, em dezembro, na boca do natal.
Apesar do fim dessas marcas, o Azzas segue com um portfólio de peso. No site, ainda seguem informadas 34 marcas (as 4 ainda estão lá). O grupo disse que o processo de ‘otimização’ será concluído até fevereiro de 2025.
Na corda bamba estão Baw, Paris-Texas e a badalada Troc (2nd hand).