1ª temporada de ‘The One’ e o figurino de Rebecca Webb

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A estreia de The One na Netflix não rendeu apenas comentários sobre a temática ciência+tecnologia+relacionamentos. Dá para aprender muito sobre códigos imagéticos pelos figurinos de Rebecca Webb também e é sobre isso que falaremos hoje.

Publiquei minha opinião sobre a 1ª temporada de The One (Netflix) no IG @letranaestrante e queria trazer o olhar aqui para o site dentro da nossa temática, para conversar com você mais uma vez sobre como a comunicação imagética substitui scripts inteiros e por que é tão importante que a gente use a roupa como reforço de nossos discursos, quando quiser.

The One é uma série baseada no livro de John Marrs e aborda 2 temas ultra contemporâneos: a manipulação tecno-científica e relacionamentos.

A empresa The One é um império que combina DNAs (de um fio de cabelo enviado à empresa) para informar ao remetente do material genético seu par ‘compatível’. No enredo, um trio de amigos composto por Rebecca Webb (Hannah Ware), James e Ben.

Rebecca e James tocaram os experimentos que criaram o império multibilionário. Ben era o terceiro elemento, apaixonado pelo primeiro elemento (Rebecca) e que foi assassinado.

Nos flashbacks que constroem a narrativa inicial da trama e nos situam sobre o movimento passado de todas as personagens centrais, Rebecca usava um figurino ultra básico, cabelo solto ou rabo de cavalo, jeans e camisas simples ou o tradicional jaleco para seu trabalho no laboratório. Peças que, aliás, podem ser compradas online (shopyourtv.com/tag/rebecca-webb/)

Quem viu Soulmates pelo Prime Video notará uma série prima, mas, The One tem mais tempero e agradará a quem curte séries de assassinatos e manipulações que vão da ideologia, do sonho em atingir um determinado propósito ao corrompimento ao longo do tempo, em nome do poder e do dinheiro.

A mudança de visual para explicar a mudança da personagem Rebecca Webb

A série tem nos flashbacks a caixa-preta que explica todo o enredo anos atrás, enredo que justifica o presente. Em todas as cenas do passado, o figurino, o cabelo e a maquiagem (no make up) de Rebecca mostravam uma geneticista ‘comum’: calças jeans, camisas de botão, rabo de cavalo. Tantas de nós nos identificaríamos ali…

Com o crescimento da empresa e da conta bancária, Rebecca parece mais uma personagem saída de um filme de sci-fi : uma business woman obstinada por manter o passado bem guardado e segurar a empresa na unha, em um figurino de ternos, coletes e saltos coloridos. Maquiagem leve e neutra e um coque meio retrô, com a frente repartida de lado, pra deixar aquela gota de feminino aparecendo entre a casca da executiva fria e obstinada. Cartela de cores neutras, of course, em quase todas as cenasSe gostei? Gostei das peças mas não desse apelo para justificar a mudança interna dela.

Achei que a personagem ficou um pouco caricata até na postura meio curvada para andar, a forma de parar no elevador como um homem faria meio ‘sou intocável sim, e daí?’ que só desmorona por 2 segundos quando ela passa pelo frenesi da mídia e entra no carrão… são detalhes bem sutis mas bem perceptíveis.

Achei que poderiam ter construído essa personagem forte e obstinada ainda que ela se mantivesse na essência anterior, quebrando esse clichê de que a mulher para se impor precisa quase virar um homem no figurino. Achei que uma oportunidade de ruptura foi perdida ali. Porém, temos uma bela lição de comunicação imagética, sobre como os códigos de imagem reforçam muito nosso discurso.

Você já assistiu? Curtiu?

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