A responsabilidade de ser pai

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Por Alberto Garcia

Pai – do latim patre –, sinônimo de genitor, progenitor ou gerador, é a figura masculina de uma família com um ou mais filhos e assume o primeiro grau ascendente de parentesco.

A paternidade acontece por ancestralidade biológica ou ainda a partir da adoção. Também consideramos os pais quando são de criação, que abraçam filhos que não são biologicamente gerados por ele, como seus próprios.

Mãe, também genitora, progenitora ou geradora, é o ser do gênero feminino que gera uma vida em seu útero como consequência de fertilização ou que adota uma criança, que por alguma razão não pode ficar com seus pais. Também consideramos as mães quando são de criação, que abraçam filhos que não são biologicamente gerados por elas, como seus próprios.

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Parecidas mas diferentes, as descrições só querem apontar para um fator em comum: responsável por uma ou mais crianças.

Por vontade da natureza, nasci menino. Cresci vendo uma família estruturada e sonhei em me tornar adulto e construir a minha, à imagem e semelhança dela.

Por vontade do destino (ou seja lá do que você queira chamar essa força que rege o universo), encontrei a mãe do João. Depois de um tempo ele veio ao mundo. E aquele sonho de menino começou a ser construído. Mas… Sempre tem um mas no meio das histórias, não?!

Para o bem ou para o mal, sempre tem um “mas” nas histórias. E, sem entrar nesse mérito, eu e a mãe do João resolvemos não seguir mais o mesmo caminho como casal. João tinha 2 anos e 3 meses. Mas eu sempre fui o pai dele. Desde que ele foi planejado, concebido, gerado e parido.

Depois que veio para esse nosso mundo louco, eu fui mais pai ainda, se é que isso seria possível.

Ele foi planejado e, devido a algumas dificuldades para engravidar, participei do processo para que isso fosse possível. É bem verdade que fui um pouco rebelde mas tudo deu certo.

Na gestação estive sempre presente e operante. Se não me falha a memória, deixei de ir a apenas uma das consultas do pré-natal pois tinha um compromisso de trabalho que não pude adiar. Ultras de rotina, corridas à emergência e demais obrigações foram cumpridas com louvor.

No nascimento, obviamente fui para a sala de parto. Filmei tudo ao lado da mãe. Cortei o cordão umbilical do pequenino João. Voltei com ele para apresenta-lo à mamãe. O carreguei para aquela saleta onde fica todo mundo de butuca nos recém-nascidos.

Fiz todo o processo como manda o manual – mas não por obrigação, fiz por vontade própria e com muito gosto.
Em casa passei por todos os apertos que um recém-nascido pode propor a um casal. Além de segurar a incrível barra de uma infecção que a mãe do João sofreu no pós-operatório.

Foi barra. Mas aprendi a não ter medo de dar banho nele, de trocar a fralda com desenvoltura e de dar todo e qualquer suporte necessário.

Aos 4 meses João foi para a creche e, por causa do horário de trabalho da mãe, eu cuidava dele de manhã sozinho e o levava para a creche. Mas isso também não era problema. Problema mesmo foi deixa-lo lá nos primeiros dias, ir para o trabalho com essa nova etapa na cabeça e ainda ter que me concentrar no que eu precisava fazer.

Então, aos 2 anos e 3 meses do João, mais uma ruptura… Uma ova! Não abri mão de continuar sendo o mesmo pai que estava acostumado a ser durante 2 anos e 3 meses! Guarda compartilhada e, assim como um número crescente de homens em nossa sociedade, iria encarar uma etapa, completamente nova, da vida junto do meu pequeno.

Tudo isso pra retornar ao início do texto e retornar à responsabilidade… Uma coisa da qual nunca fugi. A responsabilidade precisa ser sempre dos dois mas, no momento em que um casal decide seguir caminhos diferentes em suas vidas sentimentais, ainda é alarmante o número dos pais que somem, fogem, desaparecem… E nunca – ou quase nunca – mais são vistos…

Deixam as mulheres, os filhos, os cuidados e… a responsabilidade pra trás. Infelizmente. E é bom deixar claro que responsabilidade independe de dinheiro. Pois eu não duvido que ainda existem pessoas que pensem dessa forma. “Estou sem emprego e com dificuldades financeiras, então fulana tem que se virar pra pagar as contas do nosso filho”.

Amigos e amigas… É bem simples. Se houver empenho e comprometimento de ambos, a paternidade/maternidade pode ser bem mais suave para toda a família. Cada um dá sua melhor parte e constroem um todo que será o mundo do seu pequeno. Não é um mundo perfeito – nunca será! Mas será o mundo onde ele se sentirá seguro para viver e crescer da melhor forma possível.

Logo… Não seja um pai (ou mãe) que foge da responsabilidade que você precisa ter com o seu filho. Casado, separado, viúvo… Não importa o seu estado civil. Se o filho é seu – concebido ou criado – a responsabilidade também é sua.

Se você já é um pai presente e dá o seu melhor pela sua prole, parabéns! Vamos devagar mudando os conceitos e quebrando esses paradigmas para construir uma sociedade melhor e mais bacana.

Alberto Garcia é jornalista, coautor do blog De Pai para Filho e colaborador do criscardoso.com

2 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns Alberto por cuidar do seu João tão bem.
    Com certeza ele crescerá percebendo o quanto vou o ama e cuida para seu bem estar e para que ele esteja sempre cercado de amor e carinho.
    Realmente não adianta ser pai somente no papel. É preciso estar sempre presente e consciente de suas responsabilidades pois se você ama seu filho estará sempre fazendo o melhor para que amanhã ele tenha como exemplo para sua vida todos os valores que você lhe passou. Sucesso em sua caminhada.

  2. Parabéns Alberto por cumprir o verdadeiro papel de Pai para seu filho. Com certeza ele crescerá vendo o quanto é importante um pai estar presente na vida de seu filho e ele levará para sua vida adulta seus bons exemplos e será grato por sua atenção, presença e amor.
    Sucesso em sua caminhada.

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