Desodorante convencional e seus ingredientes

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Ele é um item de higiene que está presente na vida de quase todos nós. Ele é o responsável por evitar o temido “cecê” e aquela bola de suor abaixo das axilas.

Ele é o desodorante. E ele é o alvo de muito estudo e muita pesquisa para saber se, afinal, no modelo convencional ainda praticado por fabricantes, faz ou não faz mal à saúde.

De um lado nós, consumidores, assistimos ano após ano fabricantes com apelos de MKT cada vez mais fortes para que este produto siga como um facilitador na nossa vida. Perdi a conta de quantas propagandas em TV, outdoor e revistas eu vi sobre isso.

De outro lado, temos o meio científico e inúmeras divulgações de pesquisas sobre fórmulas e os perigos de determinados ingredientes para a composição dos desodorantes.

O fato é que sim, o desodorante facilita a nossa vida. A questão é o preço disso, a médio prazo, para nossa saúde.

Alumínio, Triclosan e Parabenos são 3 substâncias que ainda encontramos em fórmulas e que os pesquisadores apontam como nocivas. Vamos entender esse auê todo.

Entenda a transpiração

Nosso corpo precisa de refrigeração. Cabe ao suor esta função. É dele, também, a responsabilidade de eliminar parte das toxinas e substâncias como cloreto de sódio, ureia e o ácido úrico.

Anos passaram, os consumidores começaram a se incomodar mais com o desconforto pela ‘bola de suor’ nas roupas e na pele e a indústria trouxe uma alternativa: os desodorantes anti-transpirantes. Legal, né? Só que não.

A função do desodorante

Lá vem ele com um plus na função que, até então, era só de neutralizar o mau odor, diminuindo a proliferação de bactérias (o que deveria acontecer sem impedir a nossa sudorese natural). Com o plus, o desodorante passou a ser, também, anti-transpirante.

As fórmulas começaram a incorporar ingredientes que impedissem a transpiração (quem aí lembra das propagandas?) e o uso de substâncias químicas como o Alumínio, o Triclosan e os Parabenos começou a correr solto. Muita gente não sabe mas, o Triclosan, por exemplo, foi proibido nos Estados Unidos, desde 2016, porque constatou-se que ele seria agente ativo no aumento de bactérias resistentes. Na pesquisa para este post, encontrei um quote da bioquímica Eliziane Pozzagnolo que diz o seguinte: “Dos ingredientes citados acima, eu diria que ambientalmente o triclosan é o mais preocupante: é bioacumutativo e tem efeitos deletérios ao ecossistema”.

Pelos materiais divulgados em mídia, estas substâncias também estão associadas a problemas como a disrupção endócrina (o sistema que é responsável por regular a produção de hormônios no corpo humano, além de controlar várias funções fisiológicas).

O Alumínio no desodorante

O apelo de mercado do Alumínio é básico: é dele a super missão de impedir a transpiração (e, consequentemente, a liberação de toxinas).

O Alumínio está na mira de estudos que o associam ao desenvolvimento do câncer de mama, hipótese que ainda não teve conclusão. Um médico da Universidade de Chicago, Dr Kis McGrath, declarou que desodorantes com alumínio “são perigosos e suscetíveis de provocar câncer de mama quando aplicados na pele depilada das mulheres”, uma vez que seja provável que a depilação facilite a absorção do alumínio “porque fragiliza a barreira que constitui a pele”.

Há, por outro lado, profissionais que nos elucidem sobre a relevância do alumínio no desodorante.

Em uma explicação pública a respeito, o Dr em Dermatologia Guilherme Muzy, MD explica (base de ref 06/06/20) que:

A industria utiliza este composto pela capacidade de seus sais interagirem com a água do suor e formarem pequenos plugs que bloqueiam a saída das glândulas sudoríparas. Conforme sua pele descama NATURALMENTE, o plug é removido e o ciclo se reinicia novamente. Não sofra.

Entretanto, alguns esforçados resolveram se basear em estudos in vitro e outros estudos in vivo muito mal conduzidos, cujos dados não podem ou devem ser extrapolados para dados de uso real, para semear a ignorância e o medo. O principal motivo para não temer é lembrar que o alumínio NÃO É ABSORVIDO pela sua pele em quantidades significativas, só 0,012%. A maior parte deste elemento que encontramos no nosso corpo vem da dieta. SEM MEDO OK?

Outro fato importante é que as entidades responsáveis por políticas de saúde pública no mundo todo já deram declarações de que não há correlação entre o uso de antiperspirantes com alumínio e o câncer de mama. Curiosamente, o mesmo grupo que realizou um estudo muito mal desenhado sobre parabenos é o único grupo que continua a publicar dados de estudos in vitro semeando a discórdia sobre o alumínio. Coincidência? Dessa forma, minha querida guerreira, use seu desodorante com alumínio sem medo; A ciência está contigo. E você, acreditava nesse terraplanismo?

Referência citada pelo Dr Guilherme para sua análise sobre o assunto: https://www.cancer.gov/about-cancer/causes-prevention/risk/myths/antiperspirants-fact-sheet

Triclosan, o agente antifúngico e antibacteriano

Podemos encontrar o Triclosan em cremes, sabão e, claro, em desodorantes, inclusive. Surgiu na década de 60 e veio sendo usado desde então, por ser considerado eficiente em matar bactéria, só que também é uma substância nociva ao funcionamento do fígado. Foi banido nos EUA recentemente (as empresas tinham até 1 ano para removê-lo das fórmulas) e, por aqui, vimos em julho de 2016, um movimento para que a Anvisa o proibisse nas fórmulas.

Parabenos, os conservantes

São usados (ainda) para aumentar o tempo de conservação das fórmulas. Se você estiver perdido aí sem entender bem como localizar os Parabenos nas embalagens, eles podem vir com nomes como: butilparabeno, metilparabeno, etilparabeno e propilparabeno.

Vale ressaltar que as escolhas por um ou outro produto contendo X ou Y ingredientes na composição da fórmula é nossa, enquanto consumidores. Graças à informação cada dia mais propagada, de fontes legítimas, nossos conhecimentos também se expandem, assim como a própria comunidade científica humildemente, vem sempre a público explicar mais alguma descoberta.

O que aprendemos com o passar dos anos é que cada estudo traz sua narrativa de condenação ou defesa de um determinado elemento e, a partir desta nova descoberta, outras questões são levantadas.

Confesso a vocês que, em 11 anos escrevendo sobre Cosméticos e Beleza, minha opinião já oscilou e foi elucidada ao menos 3 vezes. Já transitei nos radicalismos entre o que defende o meio científico e o que defende a comunidade que apoia a cosmetologia natural. E percebi que tenho a liberdade de andar com os 2 lados, sem ‘restringir’ o MEU processo de crescimento por radicalizar para um ou outro lado.

Entendi que para mim é mais importante avaliar a cosmetologia com a curiosidade de uma criança que está vendo tudo pela primeira vez, no método de tentativa e erro. Leio, pesquiso, testo e crio meu parecer, sempre aberta a novas possibilidades e com humildade para novas perspectivas e opiniões. E é assim que percebo que melhoro meu conhecimento, todos os dias.

Considere sempre as atualizações de materiais e estudos. A ciência não é estática, não é uma bíblia. Químicos e Cientistas passam décadas enfurnados em laboratórios e microscópios avaliando fórmulas e revisando tudo, observando o comportamento de moléculas, mesclando tudo isso e reconsiderando. Observe como os lúcidos e idôneos falam com respeito sobre reações de componentes, como sempre se referem à uma análise com a humildade do ‘depende’.

Desconfie das opiniões arrogantes que refutam o repensar. Desconfie dos achismos embasados em fumaça. Avalie se, para sua rotina, vale ou não considerar uma afirmativa, um composto e um determinado produto. Atualize-se sempre antes de fazer suas escolhas. E, se houver reação anormal ao usar este ou aquele item, consulte seu Dermatologista.

Fontes de estudo para este post:

IG Dr Guilherme Muzy
https://cativanatureza.com.br

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