Na estreia como colaboradora do site, Heloiza Augusto fala da emoção da primeira gravidez.
Por Heloiza Augusto
Era uma quarta-feira e logo cedo já estava em pé. Depois de uma noite sem conseguir pregar o olho, finalmente estava no banheiro, esperando um resultado que mudaria minha vida. Ao meu lado, sentada no chão, minha gata aguardava comigo e olhava para minha cara como quem me perguntava “o que está havendo?”. Sem ter que esperar muito tempo, as duas listrinhas apareciam nitidamente em minha frente. Era a primeira vez que fazia um teste de gravidez na minha vida. E logo no primeiro, eu já estava grávida.
Não sabia muito o que teria que fazer. Estava perdida. Recebia ligações de parabéns, sem ao menos minha ficha ter caído. Primeira etapa, marcar uma consulta com o médico. A enxurrada de dúvidas seriam sanadas, enfim. Milhões de exames, ácido fólico, ultrassom, a possibilidade de ouvir o coração do bebê, vitaminas, alguns cuidados e, agora confirmado, ganhei um parabéns, mamãe.
Acho que todas nós passamos por fases depois de descobrirmos uma gravidez, principalmente se ela não é esperada e planejada como a minha. Conseguimos ir da certeza ao desespero; do desespero ao medo; do medo à ansiedade; da ansiedade à insegurança; da insegurança a mais dúvidas; das dúvidas às descobertas, à espera, à chegada e, finalmente, ao encontro do amor.
Quando me tornei mãe de Marina, no primeiro dia que a vi, encontrei o amor. Depois de tantos medos e inseguranças, foi com ela que me descobri. Percebi que ser mãe não era um bicho de sete cabeças e que eu podia dar o meu melhor por alguém que veio ao mundo para me fazer o bem.
Hoje, após exatos um ano e nove meses da descoberta, sinto-me tranquila e dou risada das crises de pânico, do choro e do desespero de ver aquelas listrinhas roxinhas. Mas isso é normal. Afinal de contas, são os hormônios.